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O EFTA é de particular relevância para os setores de produção de café, açúcar e ouro e para a indústria farmacêutica
O acordo pode ajudar a consolidar avanços em certas áreas, mas também pode trazer cláusulas questionadas pela sociedade civil
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COMÉRCIO ENTRE BRASIL E EFTA
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil destacaram-se ouro não monetário (US$ 142 milhões), alumina (US$ 126 milhões), minério de ferro (US$ 105 milhões), soja (US$ 41 milhões), óleos combustíveis (US$ 24 milhões) e outros produtos da indústria de transformação (US$ 16 milhões). Do lado do EFTA, os produtos mais exportados para o Brasil incluíram medicamentos e produtos farmacêuticos (US$ 157 milhões), compostos organo-inorgânicos (US$ 73 milhões), outros medicamentos (US$ 64 milhões), pescado seco e salgado (US$ 36 milhões) e produtos diversos da indústria de transformação (US$ 31 milhões). A Suíça foi tanto a maior importadora de produtos brasileiros no bloco quanto a principal exportadora para o Brasil, com vendas de US$ 500 milhões, representando 78% do total, seguida pela Noruega, que exportou US$ 133 milhões, equivalentes a 21% do total. Para mais informações, clique aqui. Quer saber quanto a sua cidade e estado exportam e importam para os/dos países do EFTA? Clique aqui.
OS EFEITOS DOS ACORDOS DE COMÉRCIO
Existe ampla evidência científica de que acordos de comércio podem gerar efeitos diversos sobre a população. Alguns estudos mostram que o efeito agregado é positivo, mas esses ganhos são heterogêneos. Isso que dizer que alguns ganham muito e outros perdem muito com esses acordos. No caso do EFTA, estudos de impacto existentes mostram pouco efeito sobre a economia como um todo no Brasil e Mercosul. Isso não significa, no entanto, que o acordo seja irrelevante. Alguns setores podem ser muito afetados como, por exemplo, açúcar, café, soja e mineração de ouro, que compõem as maiores exportações do Brasil para a Suíça, em especial. O Brasil também importa muitos produtos farmacêuticos de empresas suíças. Para além dos produtos exportados e importados, acordos de comércio podem gerar impactos em desenvolvimento sustentável. Alguns trabalhos mostram que acordos de comércio podem ajudar a melhorar o desempenho socioambiental de certos países, mas não há consenso na literatura sobre a melhor forma de fazê-lo. De outro lado, acordos de comércio podem também institucionalizar mecanismos de proteção a investidores, gerando duas possibilidades distintas no caso do EFTA: 1. barateamento de produtos farmacêuticos e maior acesso a esses produtos pela população, mas também 2. a possibilidade de empresas multinacionais processarem o governo brasileiro em caso, por exemplo, de quebra de patentes para uso em emergências de saúde.
ALGUNS ARGUMENTOS A FAVOR DO EFTA NA SOCIEDADE CIVIL BRASILEIRA
1. Acesso a Mercados e Aumento da Competitividade: O acordo proporcionaria ao Brasil acesso preferencial a um mercado de alto poder aquisitivo, com eliminação de tarifas para produtos industriais e oportunidades comerciais para produtos agrícolas, como carne bovina e de frango, café e soja. Esse acesso permitiria aumentar as exportações brasileiras, reduzindo custos de produção e aumentando a competitividade da economia nacional, beneficiando tanto exportadores quanto consumidores brasileiros com produtos de maior variedade e a preços competitivos;
2. Fortalecimento de Relações Comerciais e Investimentos: A EFTA é uma importante parceira econômica para o Brasil, especialmente no setor de serviços e investimentos. A Suíça, por exemplo, é uma das maiores fontes de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, e o acordo pode atrair ainda mais investimentos para setores como o financeiro, industrial e de infraestrutura;
ALGUNS ARGUMENTOS CONTRA O EFTA NA SOCIEDADE CIVIL BRASILEIRA
1. Impactos Socioambientais: Organizações da sociedade civil têm expressado preocupações significativas sobre os impactos ambientais do acordo, especialmente relacionados ao aumento da exportação de produtos como carne e soja, que estão associados ao desmatamento da Amazônia. Além disso, há preocupações de que o acordo possa favorecer grandes indústrias extrativas em detrimento de pequenas e médias empresas locais, agravando questões socioambientais e de direitos humanos no Brasil;
2. Desigualdade Comercial e Neocolonialismo: Críticos do acordo argumentam que ele reforçaria uma relação desigual entre o Mercosul e a EFTA, com o Brasil exportando principalmente produtos primários e importando produtos de maior valor agregado, como máquinas e produtos farmacêuticos. Isso poderia contribuir para a desindustrialização no Brasil e uma maior dependência de exportações de commodities.